terça-feira, 21 de setembro de 2010

EDINARDO FILGUEIRAS E ROSEANA

Há muito tempo não publico nada. Mas, é irresistível ver uma das maiores contradições políticas que já vi em minha vida e ficar calado, inerte. O ostracismo político de Edinardo Filgueiras talvez tenha tido a mesma finalidade de um casulo, porém com efeito contrário, bizarro: Não se trata de uma lagarta virando uma borboleta, mas de uma borboleta transformada em lagarto. Espanto? Não! Consegui acompanhar relativamente o processo “metamorfósico” do “camarada”. Dei um tempo para tentar entender e não foi possível e o que me aparece agora é algo muito comum em qualquer relação de troca: é a imagem de um líder em fase degenerativa em busca da efetivação da profissionalização política. Isto é nocivo quando se perde o pudor e sem nenhum constrangimento esboça felicidade na constatação da perspectiva pessoal. Isso mesmo, perspectiva pessoal uma vez que contraria o conceito aristotélico de que a tarefa da Política é investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes de garantir a felicidade coletiva. Não venham me dizer que a aliança de Edinardo com Roseana é a garantia da felicidade coletiva. Isso pra mim é um fato novo, portanto permitam minha acidez por favor! De fato, o homem é um animal político e necessita conviver em sociedade, no entanto, isso não permite à prerrogativa de entrar na balburdia política da busca da felicidade individual se sobrepujando à história política construída nos movimentos sociais. Olho essa foto lembrando inevitavelmente de uma outra em que o “companheiro” estava em cima de um carro de som liderando atividades da Pastoral da Juventude. Lembro do Movimento Estudantil. Lembro que choramos juntos quando perdemos a eleição em 2004 pro grupo Sarney. Olho essa foto agora mais convicto que temos que lutar contra esse paquiderme que é a família Sarney. Registro minha tristeza de ver a traição com o discurso e com todos que compartilharam juntos de um mesmo sonho. Mas digo que pior que isso é a traição com o povo maranhense que tanto precisa de nossa militância e sinceridade na luta.

Insistindo em Aristóteles, “O homem que não necessita de viver em sociedade, ou é um Deus ou uma Besta”.

Edinardo necessita viver em sociedade, mas não é um Deus...